Sou apenas um latino-americano
Dias atrás estava eu trabalhando calmamente, pensando no dia em que pediria demissão, quando um alemão furioso entra na loja gritando o que eu interpretei como xingamentos pesados.
Todos se entreolharam com caras que diziam "por favor, diga que você sabe o que ele quer!".
Mas ninguém sabia.
Na verdade foi aí que eu entrei na história. Uma das meninas olhou para mim e sorriu. Ela tinha achado a solução! Andou ansiosamente até minha mesa e perguntou se eu falava alemão. Eu disse com toda calma que não.
Ela voltou a fazer uma cara de pré-choro.
Depois dela outras duas fizeram a mesma pergunta, enquanto o senhor estava prestes a quebrar toda a loja. Mais duas vezes eu tive que dizer que não.
Senti vontade de dizer que a única palavra que eu conhecia em alemáo era "apfelstrudel" (e nem sei se é assim que se escreve) mas achei melhor não contar esse pequeno segredo. Provavelmente elas diriam: "Isso!! Então vai lá e fala isso pro cara! Talvez ele queira isso mesmo!".
Enfim, ninguém resolveu o caso do sujeito e ele foi embora pronto para matar o primeiro que cruzasse o caminho dele pela calçada. No resto do dia fiquei pensando no absurdo das pessoas pensarem que meu fenótipo nórdico (entenda-se "branquelo") me obrigue a falar idiomas sem consoantes.
Foi engraçado. Gostaria que aquele senhor voltasse aqui.
Cenas do próximo capítulo:
"O Fidjido"
terça-feira, fevereiro 19
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