quinta-feira, maio 8

Viram-se pela primeira vez na faculdade. Faziam o mesmo curso mas não estavam na mesma sala.

Ele a achou perfeita, embora um pouco séria. Pensou que não conseguiria ser cafajeste o suficiente desta vez, e sabia que as mulheres gostam do tipo cafajeste, principalmente as sérias.

A primeira conversa que tiveram aconteceu mais ou menos um ano e meio depois. Antes disso, apenas olhares. Ele fazia uma matéria na sala dela. Encontraram-se no banco do pátio, numa das noites que a professora faltou.

Ele perguntou porque nunca a vira pelas festas, pela noite que os acadêmicos costumavam freqüentar. "Não sei. Talvez porque eu tenha namorado, ou simplesmente porque não costumam me convidar", "Isso é uma reclamação direta?", "Parece que sim.", "Pois amanhão todos estarão ali naquele barzinho, na frente da faculdade. Você deveria ir."

Na noite seguinte ele ainda pensava "Não é que ela veio mesmo?!" enquanto trocavam beijos de cumprimento.

Conversaram um pouco, tomaram uma dose de Tequila e não se viram mais durante boa parte da noite. Um pouco antes de sair ela o chamou, para se despedir. Ele então percebeu que não poderia fazer mais nada naquela noite. Apenas aproximou-se do ouvido dela, "Espero que seu namorado saiba valorizar o que tem.", "Pior que não sabe.", ela em desbafo.

Ele ficou satisfeito em ouvir isso mas não demonstrou, o que ela repetiu ao ouvi-lo comentando sobre seus pensamentos em relação à ela. Tentou beijá-la, mas ela desviou, "Não posso, meu namorado, tanta gente aqui...", "Então vamos ali.", ele apontando para um canto do bar. "Não posso...", "Mas você disse que seu namorado não te valoriza", "Mas se eu ficasse com você agora pensarias que sou do tipo que namora e beija outros por aí."

Desarmado, ele desistiu. Beijou-a em despedida e voltou para sua mesa, frustrado e feliz.