segunda-feira, abril 28

Este texto pode ter dois títulos:

O asterisco debochado, para os infanto-juvenis ou

O olho do poder - a realidade nas relações de hierarquia, para os grandes executivos.

Ele estava sentado com seus amigos, esperando pela hora em que os eventos começariam. Porém, o primeiro eventos foi um cutucão, sem testemunhas. Apenas ele sentiu, porque veio de dentro.

Agora sua preocupação era atender aquele chamado. Pensou que não poderia fazê-lo ali naquele local desprovido de qualquer tipo de higiene, herdeiro da má fama que todos os lugares público-dejeto-receptores adotam.

Resolveu ignorar a reivindicação e continou ali, como se nada estivesse acontecendo. Mas não conseguiu desfazer a primeira gota de suor frio que correu por sua têmpora esquerda.

Admitiu a submissão e decidiu atender a solicitação. Mas não ali. Ali nunca!

Sua casa não ficava tão longe, 2 ou 3 quilometros apenas, e os outros eventos ainda demorariam a começar. Calculou o tempo necessário e partiu.

Durante a caminhada sentiu a ira do comandante da situação. O grande chefe estava descontente. Foi desafiado pelo seu subalterno, pois este achou que poderia tomar as rédeas e decidir quando voltaria a pensar naquilo. O imperador absolutista decidiu fazê-lo sofrer um pouco mais e, a cada passo que dava, uma nova pontada interna era sentida, fazendo-o mover os quadris para frente, como aquele que recebe uma alfinetada nas nádegas.

"Chegou o meu fim. Não alcançarei meu objetivo a tempo", pensou nosso aventureiro.

Começou a desatar o cinto ainda no elevador e, quando este chegou ao andar, mal tocou o chão e então já havia chegado ao banheiro.

Sentou no único lugar onde todos os músculos poderiam voltar a relaxar e, esperando pela concretização do grande ato, ouviu em som amplificado:

- PFFFFFFFFFFF...

Frustrou-se.

O grande ditador mudou de idéia e soltou apenas um suspiro, um desabafo, uma desabufa.

Mas não perdeu a oportunidade de dizer quem é que realmente manda.

Baseado numa história real.



quinta-feira, abril 24

Disseram que eu tenho tendência a atrair pessoas estranhas.

Você conhece alguém "normal"?

E não me venham com aquela frase barata "de perto ninguém é normal".

Toda semana meus amigos e eu vamos ao Xerife, um bar perto da faculdade, para conversarmos sobre os acontecimentos e coisa e tal. Para não perder o contato, sabe como é.

Bem, ontem aconteceu algo diferente, que nunca mais vai acontecer: Diogo Moraes, aquele que nunca soube o que é não ter barba, chegou entregando convites pomposos. A mão que os entregava possuía cinco dedos e um deles, o penúltimo contando a partir do dedão, possuía uma argola, tipo aquelas que o Sonic coletava.

É estranho quando alguém que convive com você desde a adolescência chega e diz que vai casar. Dá uma sensação de "que merda! cresci mesmo!".

Acho que sem querer o Diogo terminou uma fase e começou outra. Ano que vem será outro cara, depois outro, depois outro... até que o último ache alguém que mereça a abdicação da sua vida de solteiro. E um dia estaremos todos na roda, oferecendo charutos para o primeiro pai.

Agora preciso comprar a chaleira que me foi reivindicada no convite. Na verdade meu convite dizia "conjunto de copos", mas eu troquei com uma pessoa que não estava presente.


quarta-feira, abril 23

Resumo de livros - primeira edição.

Acabei de ler Ilíada - A guerra de Tróia. Achei interessante porque não sabia que toda essa história tinha acontecido por causa de uma única mulher que, dizem, era a mais gostosa de todas.

A Guerra de Tróia (musiquinha do Beakman novamente, por favor)

O fato é que Páris foi à Grécia e roubou a esposa de Menelau, levando-a para Tróia. Naquele tempo essas coisas aconteciam, hoje sabemos que isso não tem o menor cabimento. Menelau ficou puto da cara e convocou todos os guerreiros gregos e adjacentes. Na primeira tentativa não deu nada certo e eles nem chegaram em Tróia. Levaram um tempão para conseguir unir todos novamente e então foram para a segunda tentativa. Essa sim deu certo e a batalha durou 10 anos.

Depois que os principais heróis de cada exército morreram, os aqueus (ganguezinha dos gregos) começaram a usar a cabeça e inventaram aquele negócio de cavalo gigante de madeira (o presente de grego, essa até eu sabia). Colocaram um monte de soldados dentro e deram um jeito de fazer com que os troianos levassem aquilo para dentro da cidade, que era cercada por uma muralha gigantesca e intransponível.

O resto da história vocês conhecem. Detonaram Tróia, Menelau recuperou sua amada Helena, a mais gostosa de todas e pronto.
Mas parece que a viagem de volta não foi mil maravilhas. Mas isso é contado na segunda parte da história, contada no livro entitulado "Odisséia".

Próximas edições:
Odisséia;
A caverna.

Hoje, no Globo Esporte, a pergunta do dia era:

"Quem você acha que não será campeão brasileiro de futebol este ano?"

Acompanhei cada entrevistado, fazendo figa para que um deles dissesse a resposta que imediatamente veio à minha cabeça - sendo eu um grande admirador do futebol, como todos sabem.

"Todos, com exceção de um."

terça-feira, abril 22

Um dia anti-social

Acordou e olhou em volta. Não havia mais ninguém. Levantou e trocou de roupa adivinhando o horário.

Não conclui nada e saiu. O Ônibus vazio denunciou seu atraso.

Chegou na faculdade e sentou atrás de seu lugar preferido na sala. A carteira de sempre estava ocupada e sentiu raiva pela segunda vez no dia. A primeira foi ao abrir a porta da sala, recebendo o olhar crítico do Sr.professor-raciocínio-quebrado.

No intervalo pôde tomar seu café e ver as pessoas das outras salas. Sentiu-se satisfeito ao encontrar as meninas do segundo semestre e lamentou a escassez de sua própria turma.

Assistiu a segunda aula escolhendo os alunos que não deveriam estar presentes no próximo semestre, um a um.

Pegou o õnibus para casa e olhou com cara de poucos amigos para o cobrador que insiste em pedir a carteirinha de estudante. Pensou "espera sentado, idiota!", e foi passando fingindo não ter ouvido o pedido.

Chegou em casa e dormiu, sem almoçar.

Acabei de assistir "Carandiru".

Gostei. Destaque para o personagem "Peixera" (ou Pexeira? ou Pexera?) que participou das duas melhores cenas do filme.

Se empolgou na cena do beijo, hein filho?

quarta-feira, abril 16

"... e tem mais, se Deus existe é um puta preconceituoso. Olha pro Saci: só porque era preto ganhou apenas uma perna!".

Lembram que eu falei que minha sala tinha um anti-cristo?

terça-feira, abril 15

Esta cena foi imaginada pela Juliana e por mim, via ICQ.

Acontece que estávamos conversando sobre coisas que gostaríamos de fazer se tivéssemos dinheiro. Então eu comentei que quando fosse juiz e passasse a ganhar um salário de 5 dígitos, poderíamos abrir a tal coffe shop/locadora/banca de revistas que ela (e é claro, eu) tanto gostaríamos de tocar.

Então ela diz que vai cuidar melhor da saúde para poder ver (e acreditar) na cena do "eu juiz". (essa só os que me conhecem vão entender)

Eu disse que na verdade só estou fazendo isso porque meu sonho é bater aquele martelo gritando "silêncio no tribunal! silêncio no tribunal!"

Mas ela descobriu o real sentido de tudo. Sentido que nem eu havia libertado ainda. A realidade é que quero ser juiz apenas para andar peladão, apenas com aquela toga! Imaginem eu lá, peladão, tentando fazer cara de sério...

Eis que ela me aterroriza ao dizer que irá numa das audiências e, no meio da história, levantará gritando e apontando para mim: "o juiz tá peladão! o juiz tá peladão!!"

Imediatamente eu grito: "TIREM ESSA MALUCA DAQUI!!"

Começa o borburinho. As pessoas aproveitam o fato de eu estar de pé para analisar minha região pubiana. Percebem que algo ali balança muito. Começam expressões de indignação "Ooooh!"!

Os guardas já entraram para retirá-la a força, porque ela teima em continuar suas afirmações. E, ao ser expulsa, a última coisa que ela ouve é

TOC! TOC! TOC! (ou qualquer outra onomatopéia de martelo de madeira em madeira)
"Silêncio no tribunal!! Silêncio no tribunal!!"

sexta-feira, abril 11

Um dos comentários me lembrou um acontecimento interessante: o dia do Stammtisch.

Nesse dia várias pessoas da cidade se jogam para uma das 3 ruas centrais da cidade. Esse ano bateu recorde de participantes e público. "Participantes" são as pessoas que tiveram saco para organizar um grupo, fazer cadastro na secretaria de turismo ("secretaria de turismo" foi chute meu), arranjar toldo, bebida e coisa e tal. "Público" são as pessoas que ou não têm grupo ou não têm saco para organizar esse tipo de coisa.

Algumas pessoas da minha sala matutina inventaram de comparecer à festa, no quesito "participante". Fiz questão de não me envolver na organização, assim como fiz questão de prestigiar.

Fui vestido a caráter, com minha roupa típica alemã.

Logo de manhã fiquei sabendo que havia um concurso para o rei e para a rainha do Stammtisch. Na empolgação me inscrevi.

Às onze horas começou a competição que, para resumir, vou simplificar dizendo que era quase um "tiro ao alvo". Como àquela altura eu já estava vendo três alvos, acho que tive uma pequena vantagem sobre os outros participantes. Isso fez com que eu fosse eleito o Rei do Stammtisch!

Incrível não? Um dia coloco as fotos aqui. Mas percebam que colocar fotos exige muito mais dedicação do que simplesmente escrever.

Para um bom entendedor, meia palavra basta.


terça-feira, abril 8

Como eu ia dizendo, a vida continua a mesma merda cheirosa de sempre. Problemas, problemas e problemas. Mas tenho uma dificuldade terrível para admitir isso, e simplesmente continuo. Como se tudo fosse estranhamente necessário.

Agora, desrespeitando a regra de continuidade, vou contar sobre as figuras que existem na minha nova sala de aula:

Um PM psicopata: que declara seus desejos de levar - hm, chamemos-na de Odete - Odete para o Ermitage e "comê-la inteirinha (sic)(para os não-blumenauenses, explico: Ermitage é um motel localizado ao lado do aterro sanitário) no dia daquela festa;
Um detetive particular de verdade:que já mudou para o período noturno por estar perdendo muitas aulas durante suas "campanas";
Uma mulher que é vizinha de absolutamente todas as pessoas que aparecem nas colunas sociais da cidade;
Um cara que não conclui nenhum pensamento;
O Zé Buscapé (ou o cara que inspirou a criação do personagem);
Aquela mulher que sempre quer "fazer uma colocaçãozinha";
O anti-cristo que só quer problematizar;
e muitos outros de menor efeito.

Meu horário no lab. de informática acabou. Justo agora que eu tinha a coisa mais engraçada do mundo para contar...

Acho que não sei mais escrever aqui.

Depois de perceber a força de vontade expressa pelos 14 comentários do post abaixo, e de perceber que nenhuma das pessoas tirou o link que trazem os menos informados para o meu blog, decidi escrever hoje o "Post do Semestre" (após ler "Post do Semestre", com uma entonação bem forte, de apresentador de circo, imagine uma musiquinha do tipo daquelas que tocavam no Mundo de Beakman).

Na faculdade de Direito, tudo mais certo do que o esperado. Apenas gostaria que os próximos 5 anos passassem um pouco mais rápido do que os últimos. Ou então gostaria de ter tomado essa decisão um pouco antes.

Tenho consciência que muitas pessoas que eu conheço hoje, e muitas das boas histórias que tenho para contar surgiram do fato de um dia eu ter entrado na faculdade de publicidade, mas não sei... é um sentimento confuso.

Dias atrás estava mesmo relembrando algumas dessas histórias com o Paulo e com a Juli. Encaramos algumas coisas com tanto estresse (esta palavra está na final do concurso "A Palavra Mais Feia da Língua Portuguesa - quesito ortografia" -> musiquinha do Beakman novamente), claro que eles sempre bem mais estressados do que eu, e agora olhamos pra trás e surge aquela cara de "AHN?!".

Aquele texto sobre viver a vida de trás para frente faz um sentido tão absurdo que dá vontade de vomitar. Malditos sejam Chaplin e sua genialidade.

Por falar em Chaplin, hoje vou realizar um dos meus desejos: vou assistir "O Grande Ditador" na telona do cinema!

Depois tem a história daquele cara que cortou o post pela metade por que sabia que as pessoas não gostavam de textos muito compridos e